segunda-feira, 28 de outubro de 2024

ecos _^_ branco


 

ecos

no coração da floresta
luz e som se entrelaçam
arvores sussurram segredos 
e flores dançam ao ritmo das eras
cada passo 
um eco no cosmo

cores que transformam
sonhos em expansão
emoções em arco-íris
o tempo se dissolve
e o espaço
torna-se espelho

caminho por trilhas de névoa
sombras e formas translúcidas
silhuetas que bailam
em luz e escuridão
um labirinto de percepções
no qual
o eu se desfaz e
se recria

o pulsar da terra
um coração batendo sob meus pés
raízes se abraçam
pensamentos flutuantes
conectando o visível ao invisível
e a dama de verde sorri

sentimentos se solidificam
mar de sensações
cada respiração um poema
cada batida um mantra
e eu
parte do todo

o cavalo descansa
flutuo no tempo/espaço
viajante dos sonhos
despertando para a realidade
de que todos os fragmentos
tomam a mesma direção
em um tango cósmico
no eterno retorno ao lar




ecos por branco & friendly poets
© (2024) do autor
Ⓡ genoma 
ilustração anuradha darah

* permitida a reprodução desde que citada a fonte 





quarta-feira, 9 de outubro de 2024

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

conversa sem pressa (ou preguiça)


 

 

estou sentado no meio-fio de uma rua antiga

com uma casa antiga atrás de mim

a última vez que sentei no meio fio

foi há tanto tempo 

e eu ainda sonhava

— a rua era de terra batida 

mas a casa

bem

morei nela 

— nos tempos que eu ainda sonhava 

bons tempos

tempo

que voa

e em minhas lembranças

voam nascimentos

aniversários

casamentos

mortes

presenças

ausências

alegrias

e decepções

as bolinhas de gude

os pés descalços e sujos

a vida ainda acontecia

 

escuto um olá que me desperta

um velho amigo de passagem

que para e senta-se ao meu lado

dois homens sentados no meio-fio

iniciando conversa

sobre futebol

sobre o clima

sobre as bundas e os peitos

sobre como as coisas mudaram

conversa calma

conversa sem pressa

dois velhos amigos velhos

conversando

morrendo

devagarinho




fotografia: Camilian Branco

©2024 do autor

Ⓡ genoma




segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Nova publicação já tem data 28/08/2024

                                            a nova publicação  "conversa sem pressa ou preguiça"" será em 26/08/2024

segunda-feira, 17 de junho de 2024

— enfim — meu poema de amor (ou poema fragmentado)


 

— enfim — meu poema de amor (ou poema recortado)

 

I — era uma vez

era uma vez

e eu estava perdido e desesperançado

mas você me mostrou o caminho de casa

eram muitas vezes

e você dizia meu nome com tanta ternura

que me fez um homem melhor

eram — ainda — outras vezes

que sua presença aquecia meu coração

e o colocava para descansar



II — ondas

ondas de amor emanavam de você

e o seu sorriso

era o motivo que o sol precisava

para nascer todos os dias

ondas de ingenuidade fluíam de você

e essa alegria não escondida

fazia com que as nuvens brincassem

de fazer desenhos na grande tela azul



III — mocinha

 mocinha

você foi a rainha de setembro

redecorando todos os cômodos de minha alma

plantando flores nos meus vazios vasos internos

você foi a artista

que repintou meu rosto emburrado

desenhando um sorriso novo e verdadeiro




IV — lembrança

ainda guardo em mim sua lembrança

e a noite quando me deito

não tenho medo dos sonhos ruins

sei que onde você estiver

seu amor me guarda

e me faz ser exatamente o que sou



V — acordar

acordar sorrindo

acreditando em milagres e magias

espreguiçar

olhar pela janela

e saber que você me fez ser

o meu próprio era uma vez




ilustração: web

©2024 do autor

autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

nova publicação já tem data

a nova publicação “enfim meu poema de amor (ou poema fragmentado)” estará disponível no dia  17/06/2024.

segunda-feira, 11 de março de 2024

203 _^_ branco

 


alguém parado

 na plataforma

aguardando

outros

 - como ele -

esperam

mesmos sentimentos

não compartilhados

e o trem corre

pelos trilhos

do tempo

e os que entraram

na estação anterior

apenas observam

a paisagem

passado

futuro

inexistem

apenas estar


alguém percebe

um por de sol

diferente

tudo o que

se fez

ou 

se deixou

de fazer

o sábio

o tolo

nada importa

um estranho

zumbido

entra

pelos ouvidos

e causa

um maravilhado

estranhamento

total desconhecimento

apenas desfrutar


trilhos percorridos

em direção 

ao deleite

luz branca

que

não é luz

deixado

no espaço

planando

na paz

e o

grande compositor

revela 

a partitura

da grande 

sinfonia cósmica

um gesto 

da mão

invisível

e

estrelas explodem

florescem planetas

do nada

o tudo

sem lágrimas

sem gargalhadas

apenas a vontade

imensa

de renascer

de novo

de novo




©2024 do autor

ilustração imagem net

                  nome     p.a.