segunda-feira, 22 de agosto de 2022

1959 _^_ branco

 




não tem sido fácil

desde o abandono

das águas mornas

que me alimentavam

ser empurrado para a claridade

— para a luz 

todos

— exceto ela 

sorriam e comemoravam

enquanto eu estranhava tudo aquilo

sou aquele que ficou afastado por 4 dias

esperando pelo aconchego dos braços ausentes

e desde então

tenho aprendido muitas coisas

por isso

preste atenção ao que digo

atente-se as cartas que você tem na mão

pois o jogo começa

somente após você ser derrotado


que a vida continua

— suponho que você e eu — já sabemos

crescendo pelas estações — que passam 

folhas nas árvores flores caídas

— pelo caminho 

às vezes você esbarra em alguns vasos

e os derruba

— mas 

por muito que você tente colar

nunca voltarão a ser os mesmos

e não lhe será permitido esquecer

pois existirá sempre um idiota

falando sobre isso

então você convida

 a fada para dançar

sob a luz de candelabros de prata

que refletem seu vestido verde

e assim bailando

tenta não pensar

enquanto no quarto escuro

o cavalo o espera

para montar em seu dorso


durante algum tempo

a vaidade me levou a juntar palavras

tentando recuperar nos poemas

o que deveria ter sido enterrado

mas percebi — a tempo 

que estava me transformando

em um bastardo letrado

contando — com ares de superioridade 

as minhas mentiras

e recebendo tapinhas na costas

de pares adormecidos

— mas como já foi dito 

percebi

— acordei — 

e estou pronto para seguir meu caminho

de maneira impar 

acredito que aprendi o bastante

para poder te dizer

que se a vida é um filme

a felicidade é um frame

e não culpe a sorte

— ou falta dela 

ouça este homem vestido em dourado

pois desde o expurgo

não sabíamos quantas pedras

existiriam neste longo caminho

que nos leva de volta para casa



©2022  do autor

ilustração web

arte p. a.int
















 

domingo, 14 de agosto de 2022

1959 agendado

 já agendado para o próximo dia 22 “1959″, o novo poema.

te espero, abraço e Paz.