segunda-feira, 13 de setembro de 2021
a dança _^_ branco
quinta-feira, 2 de setembro de 2021
nova postagem já tem data
no próximo dia 13 de setembro, nova postagem de um poema inédito. somente aqui, pois não estará incluso no próximo livro.
aguardo vocês!
segunda-feira, 5 de julho de 2021
criança criança (1973) _^_ branco
segunda-feira, 3 de maio de 2021
no meu mundo anterior _^_ branco
quantos olhares
encontrei pelo caminho
para que eu chegasse aqui
olho para trás - no tempo -
e vejo
vislumbres do meu mundo anterior
que desaparecem apressadamente
quando se percebem observados
tanto foi ensinado
o tanto que foi aprendido
para poder continuar na estrada
cujo final não sei se está longe
persistir
- tristeza garantida
ou sua solidão de volta -
tento me imaginar neste tempo/espaço
mas acredito que ao longo da jornada
fui como que
apenas mais um artefato pirotécnico
que brilhou imensamente pelo tempo necessário
para depois
mergulhar novamente na escuridão
pavio curto
artefato queimado
visagem companheira
ainda ouço
os gritos de alegria despreocupada
a pressa em beber da vida
enquanto corríamos excitados
nas ruas encharcadas pela chuva de verão
a musica
a praia
tardes e trilhas
éramos tão jovens e belos
mas a vida me fez homem e ela
bem
ela se fez inalcançável
sim
sei que você sabe
que tudo torna as cinzas
assim como tudo volta ao pó
e aqui sentado
olho para as respostas
que estão à minha frente
espalhadas pelo chão
tristes
inúteis
pois já não me lembro
o que foi perguntado
©2021 do autor
permitida a reprodução desde que citada a fonte
terça-feira, 20 de abril de 2021
domingo, 14 de fevereiro de 2021
cadáver _^_ branco
tudo
é fétido
07
da manhã
o
despertador toca
o
cadáver se levanta
escova
os dentes
espreme
os vermes
que
estão sob a pele
penteia
os cabelos
faz
o café
toma
o café
o
cadáver
vai
para o trabalho
tudo
é indiferente
tudo
é insosso
tudo
é desimportante
para
o cadáver
12
horas
no
pulso
o
cadáver vai
até
o restaurante
olhas
as pessoas
não
as percebe
enche
seu prato
come
arrota
sai
dali
17
horas
o
apito avisa
o
cadáver vai ao supermercado
pega
aleatoriamente
latas
vidros
sacos
caixinhas
paga
sai
dali
na
rua
as
luzes dos postes
se
acendem
iluminando
fracamente
a
bizarra silhueta
de
um cadáver
com
sacolas plásticas
balançando
em suas mãos
entra
em sua casa
19
horas
o
relógio na parede
o
cadáver faz seu jantar
mexe
na panela
frigideira
faca
garfo
prato
e
copo
come
arrota
limpa
a boca
no
sujo
pano
de prato
sai
dali
20
horas
na
televisão
o
cadáver olha as imagens
impassível
desliga
a tv
vai
ao banheiro
mija
toma
banho
alguns
vermes
somem
pelo ralo
escova
os dentes
penteia
os cabelos
sai
dali
22
horas
no
sino da igreja
o
cadáver vai para o quarto
coloca
o pijama
deita-se
antes
de dormir
a
rotina
que
o assombra
há
anos
e o
cadáver aguarda
como
em todas
as
noites anteriores
que
ao amanhecer
seu
corpo atinja
a temperatura
ambiente
o
cadáver dorme
não
sonha
37ºC